May 26, 2010

Selton Mello, Cinema, e o perigo de uma zona de conforto ...





Como é perigoso se sentir confortável; afinal os custos virão mais tarde. 
Como é fácil, num instante se perder a rédea,  quando nos encontramos em zona de conforto.


A desconfortável zona de conforto. 
Fake Pink.


Como é que se vive, então? 
Com sabedoria ou estupidez?
Os estúpidos sofrem menos, os sábios vêm muito mais, mas pagam por isso.
Então, como fazemos?
Aproveitar muito a zona de conforto, sabendo que tropeçaremos mais à frente?
Não ter zonas de conforto?
Ir a um psicanalista?
Sempre ajuda, basta ver o quanto isso ajudou Woody Allen, que continua com as mesmas dúvidas.
Deus?
Então e se ... como é possível um holocausto?
Ah não foi  Ele, é o outro.  Simbolismos. 
O outro está em todo o lado, de facto, em tudo que é negativo, e o bem também está, é tentar ver, em tudo. 
Alto exercício que, quem sabe, impede que se relaxe numa zona de conforto.


E o que disse que a religião, isto  tudo,  é uma ilusão. A teoria da relatividade e o relativo que somos. 
Cobardes por não querermos aceitar que somos só pó. Pó de estrelas.
Essa religião, organizada como é, por homens, que também são pedófilos ou santos, há de tudo.
E também há de tudo para  manter o ser humano numa dormência. 


Quem está acordado, leva muita areia nos olhos. Haja rios para os lavar.


Os mais geniais artistas, em todas as áreas, são gente que nunca se deixou ficar numa zona de conforto.
O Selton Mello também não, estou certa. Sofre da inquietude e insatisfação comum aos talentosos. 
Tem a ira genial de um Ega/Eça, que ele próprio interpretou,  brilhantemente. 
Coincidência? Não, claro que não.
A arte nos mostra quem somos, e quem a faz, não percebe nada do assunto. Vos garanto.


Estar perto dos grandes,  é previlégio. 
Poder com eles aprender como se ganha,  e sobretudo, como se perde.


Vivo uma vida que tantos davam tudo para ter, e nela, ainda não encontrei a pessoa que perdi pelo caminho.
Até parece piada, não? 
Estar onde tantos querem estar, privar com alguém que tantos demoram anos a chegar á porta, e que, para mim, está aberta.
Snob perante fotógrafos e gente que quer chegar mto perto. Longe de mim. Muito perto não!
Absurdo comportamento o meu, não estar a rebentar de felicidade. 
Ou absurda a vida que, para me dar isto, me tira tudo o resto? Ein?...


Beleza e caos
Não podes ter tudo


Sê feliz, sacode a seda do vestido que sempre te há-de acariciar a pele,  e segue em frente, porque estás PARADA numa passadeira vermelha.


photo by Laura


e este é Selton Mello ... isto é Cinema ... é arte ... não é Hollywood ... 





e, nada ou tudo, a propósito, o tema de Taxi Driver de Martin Scorsese with Robert De Niro (ver aqui )


composed by Bernard Herrmann with Tom Scott on saxofone

9 comments:

Anonymous said...

senti a tua falta. obrigada por teres ido anunciar a tua chegada e pelas palavras de conforto.

adoro aqui o teu cantinho :)

Moon_T said...

bem voltada, obrigado pela consideração.
aparece sempre que queiras. sei bem que é o que eu faço.

e se me linkaste, olha... é por tua conta e risco.

:)

Luis Prata said...

Sim, é bom regressar e ver a casa arrumada. :)

Beijinhos e continuação de bons posts como já nos habituaste.

Helena said...

Querida Cassamia,

Que bom que vieste, e que bom que te deixei por lá algum conforto.
Acredita que, se eu estivesse em Portugal, te levaria um cestinho lindo com outra "coisa" dentro, para cuidares.
Bem vinda, obrigada por me leres, veres e ouvires ;)
Beijos deste lado do equador



Mr Moon,
Muito me honra com sua visita! Obrigada.
Eu, mais ou menos identificada, sempre vou á sua sala cheia de palavras.
Volta sempre ;)
Bjs


Pratas querido, amigo do jazz e meu, portanto! :)
Obrigada por vires e por apreciares a arrumação, olha que nem o aviso de conteúdos existe! Uffff...
Beijos que atravessam o atlântico

Rafeiro Perfumado said...

Mais um exemplo da boa qualidade do cinema brasileiro.

Beijoca!

PS: já actualizei a tua morada

gabrielle said...

nada acomodada na zona de conforto, sempre vigilante, atenta, sábia aprendiz, artista de corpo inteiro, e a música, a excelencia nas escolhas musicais

beijinho (desde o hemisfério norte)

Helena said...

Olá cãozinho,
Obrigada pela visita e tudo! ;)
E tens razão, a qualidade do cinema brasileiro, rico, bem dirigido, produzido, bem tudo!
E olha que este filme nem deve ter um grande orçamento.
Bjs e festinhas nas costinhas


Gabrielle,
obrigada pelas tuas palavrinhas sempre elogiosas e bonitas.
mas, neste momento, não sou nada disso, sabes, sou uma sombra disso.
bjs tropicais
:(

Rounds said...

oi laura,

que bom que você voltou à blogosfera!

tá morando no rio, né?

massa. eu moro em salvador, quem sabe um dia a gente não se vê por aí?

bj

Fabrício Brandão said...

A mudança talvez seja a nossa certeza inevitável, mesmo que não a reconheçamos.

Bacana o teu texto!

Beijos